A sustentabilidade insustentável

Nestas últimas eleições o assunto sustentabilidade veio à tona como nunca. Tivemos até uma candidata que colocava a palavra “sustentabilidade” como sua principal campanha de governo e maior arma para atacar os outros candidatos. O partido dela cresceu de uma forma tão surpreendente como foi o PT de Lula nas eleições de 1989, mesmo assim, o tema tão colocado e defendido nesse ano não foi suficiente para que Marina Silva (PV) pudesse se eleger presidente do País. Fez, porém, com que 20 milhões de brasileiros se convencessem, número que nem ela mesmo esperava.

Não podemos mais negar, a sustentabilidade virou um tema relevante para os brasileiros.

Marina Silva foi uma das melhores ministras do governo Lula e a melhor na história com a pasta do meio ambiente. Com ela, as leis ambientais foram mais rígidas e a fiscalização mais intensa.  Admirei a atitude dela ao deixar o ministério por divergir das ideias do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) em relação ao um desenvolvimento que atinja as áreas ambientais. Entretanto, não deixo de criticar a promessa de um desenvolvimento sustentável sem mostrar para os eleitores o custo de tudo isso.

A candidata da sustentabilidade

O ideal que um país emergente, como dizem ser o nosso, se desenvolva agredindo menos possível ao meio ambiente, mas é necessário que as pessoas saibam que o custo para isso acontecer é bem maior. Assim como uma verdura hidropônica é mais cara do que uma verdura plantada da maneira natural, a energia verde também é mais cara do que a energia convencional (Tenho certeza que quem ler isso vai achar que o é óbvio e o custo benefício compensa, mas eu digo que não, pois o que está em jogo é dinheiro e hoje, isso ainda é mais importante para as pessoas do que a preservação da natureza).

O ser humano visa o sempre lucro e isso não vai mudar de um dia para o outro, muito menos em um país em desenvolvimento. Queremos o que é melhor e mais barato hoje, não pensamos no futuro. É claro que não podemos utilizar o pensamento mesquinho de que a Europa desmatou tudo, se desenvolveu e agora é a nossa vez, eles que se virem para resolver os problemas ambientais. Temos que fazer nossa parte, mas em primeiro lugar, temos que criar soluções para que o desenvolvimento sustentável seja pelo menos do mesmo preço que  qualquer outro tipo de desenvolvimento. Só assim a maioria da população (não apenas 20% dela) brigará e exigirá que o meio ambiente seja levado em consideração pelo governante.

Marina Silva usou de uma ideia já criada antes, a ideia de que a sustentabilidade é a solução para todos os problemas, mas esqueceu, ou simplesmente evitou de falar dos custos de tudo isso. Talvez, se ela falasse, não atrairia tantos votos, nem teria o apoio do vice Guilherme Leal, presidente da Natura, uma empresa que usa do meio ambiente para ganhar dinheiro.

A sustentabilidade oferecida hoje é insustentável para o bolso do brasileiro. Ou se criam outros métodos baratos, ou o Brasil continuará no mesmo ritmo de desenvolvimento e pensamento.

 

 

 

LINKS – http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/alto+custo+dificulta+venda+de+energia+verde/n1237826046496.html

– http://www.agsolve.com.br/noticia.php?cod=1571

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